Dia: Duas notícias dominam as páginas dos jornais do dia 27 de Janeiro. Leia-as com atenção. Texto 1: A. Assinale com V ou F as afirmações que se seguem. 1. A onda de despedimentos só atinge as pequenas empresas. 2. A crise económica americana não tem repercussões para a economia europeia. 3. Vivemos pela primeira vez na história um período grave de recessão económica. 4.O número de despedimentos de ontem nos EUA foiidentico ao número de despedimentos do mês de Dezembro. 5. Portugal não foi afectado por esta onda de despedimentos. B. Responda às questões: 1.Explique o que se entende por «cículo vicioso de depressão». 2.Ao longo do texto recorre-se a diferentes termos quando se refere a onda de despedimentos. Faça uma recolha destes termos. 3.Quais os dois factores referidos a que se devem os despedimentos de ontem? 4. Segundo o artigo quais são os paíse da Europa afectados por esta onda de despedimentos? 5. Faça uma lista do vocabulário e expressões inerentes ao tema do artigo. Texto 2: A. Assinale com V ou F as afirmações que se seguem. 1. Os países da UE são unânimes quanto ao acolhimento de prisioneiros de Guantánamo. 2. Portugal é um dos países que ainda não está decidido a acolher os prisioneros. 3. O acolhimento de prisioneiros deverá ser uma decisão conjunta dos países membros. 4 Guantánamo deverá ser encerrada daqui a um ano. 5. Os prisioneiros de Guantánamo são , segundo o artigo, todos suspeitos de terrorismo. 6. É procurado o acolhimento de alguns prisioneiros de Guantánamo, por razões de segurança pessoal dos mesmos. B. Responda às questões. 1. Segundo o artigo o que associamos a Guantánamo? Como ficará na história? 2.Como se dividem as opiniões quanto ao acolhimento dos prisioneiros de Guantánamo? 3. Como são justificadas? 4. Ao longo do texto recorre-se a diferentes termos quando se fala dos prisoneiros. Faça uma recolha destes termos. 5. Segundo algumas opiniões que perigos podem advir para os países que acolham os prisioneiros, mesmo sendo estes oficialmente ilibados de quaisquer suspeitas? Texto 1: 72 mil despedimentos em apenas um dia nos Estados Unidos e Europa [LINK] 27.01.2009, Ana Rita Faria A Caterpillar e a Pfizer lideraram ontem a vaga de demissões, dando sinais evidentes da crise profunda que domina a economia mundial Não houve nenhum crash da bolsa, não estamos em 1929 e nem sequer foi uma quinta-feira, mas o dia de ontem bem poderia ficar conhecido como a segunda-feira negra. Em menos de 12 horas, sete empresas anunciaram cerca de 72.500 despedimentos na Europa e nos Estados Unidos, agudizando o panorama de crise económica mundial. Num único dia apenas, a onda de despedimentos atingiu cerca de 15 por cento do número de empregos que se perderam nos EUA em todo o mês passado (cerca de meio milhão). Sinal de que o desemprego não vai parar de acelerar e que a crise atingiu em força as empresas, inclusive as maiores do mundo. A Caterpillar, construtora norte-americana de bulldozers e escavadores, liderou a vaga de despedimentos, anunciando o corte de 20 mil postos de trabalho, depois de ter apresentado receitas mais baixas nos últimos três meses de 2008 e de temer ainda maior pressão sobre os lucros deste ano. Logo a seguir ficou a farmacêutica Pfizer (ver texto ao lado) que, ao comprar a concorrente Wyeth, deixou para trás um rasto de custos humanos: 19 mil trabalhadores das duas empresas vão perder os empregos. Ao Financial Times Raymond Torres, director do instituto de pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), garantiu que as empresas estão a despedir os trabalhadores mais rapidamente agora do que na recessão dos anos 90. "Entrámos num círculo vicioso de depressão, em que os despedimentos levam à queda do consumo, o que enfraquece a confiança do sector industrial, o que, por sua vez, leva a investimentos menores, resultando em mais perdas de empregos", sublinha. Entre as empresas norte-americanas que ontem anunciaram despedimentos esteve também a Spring Nextel, terceira maior operadora móvel dos Estados Unidos, que vai cortar oito mil postos de trabalho, ou seja, 14 por cento da sua força laboral. Já o grupo de bricolage Home Depot decidiu suprimir sete mil empregos, no âmbito do encerramento das suas lojas Expo e da reestruturação do departamento de logística. O último anúncio de despedimento nos Estados Unidos surgiu ontem já ao final da tarde, pela mão da General Motors. A maior fabricante automóvel do país revelou que vai despedir dois mil trabalhadores no território norte-americano, em mais uma das suas sucessivas tentativas desesperadas de cortar custos para sobreviver à queda da procura. A decisão teve eco na Europa, com a Fiat a avisar que os 60 mil empregos da indústria automóvel italiana estão em risco, se o sector não tiver ajuda do Governo. Portugal não escapou Na Europa, a onda de despedimentos rebentou com o grupo financeiro e segurador holandês ING a anunciar a demissão de sete mil dos seus 130 mil trabalhadores. A instituição, que continua a sofrer os efeitos do colapso do crédito de alto risco (subprime) nos Estados Unidos, fechou o ano passado com prejuízos de mil milhões de euros. Uma perda que custou ontem mais uma cabeça: a do presidente do ING, Michel Tilmant. O susto com os prejuízos de 186 milhões de euros em 2008 levou também a Philips a suprimir seis mil empregos. A decisão do fabricante de electrónica holandês atingiu Portugal, visto que envolve o encerramento da sua unidade de controlos remotos, em Ovar, que emprega 70 pessoas. Também o Reino Unido não ficou ontem imune aos despedimentos, com a Corus, o segundo maior fabricante de aço da Europa, a anunciar 3500 cortes de postos de trabalho. As encomendas da empresa detida pela indiana Tata caíram já mais de um terço devido à queda da procura de aço. As demissões ontem anunciadas pela Corus vão atingir sobretudo o Reino Unido, onde a empresa emprega 20 mil dos seus 41 mil funcionários. Embora os números variem, os motivos por detrás da onda de despedimentos de ontem assemelham-se. À debilidade dos mercados internos soma-se o enfraquecimento das exportações, como resultado de um clima de recessão cada vez mais global. Além disso, o deteriorar do clima económico traduziu-se já para muitas empresas em resultados desanimadores nos últimos meses de 2008 e em previsões bastante tímidas ou até negativas para este ano. A perder ficam outros resultados, os da taxa de desemprego, que tem disparado nos últimos meses. No EUA, o número de pessoas sem emprego atingiu em Dezembro os 7,2 por cento da população activa, ao passo que na Alemanha chega aos 7,6. No Reino Unido há já quase dois milhões de desempregados e, em Espanha, são mais de três milhões. A ver pelo dia de ontem, os números não vão parar de aumentar tão cedo. 20 mil foi o número recorde de despedimentos ontem, anunciados pela Caterpillar, devido quebra nas receitas TEXTO 2. Cada nação terá que decidir se aceita ou não os detidos Guantánamo: países da UE não chegam a acordo sobre acolhimento de prisioneiros [LINK] 26.01.2009 - 18h22 Agências Os países da União Europeia não conseguiram chegar hoje a um acordo para ajudar o Presidente norte-americano Barack Obama a fechar a prisão de Guantánamo, acolhendo os prisioneiros aí encarcerados. Os Estados-membros decidiram que cada nação terá que decidir se quer ou não acolher os reclusos. Foi esta a conclusão saída de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Vinte e Sete, a pedido de Portugal. “Não é uma questão fácil e compete a cada nação decidirem [sobre esta matéria]”, indicou aos jornalistas Karel Schwarzenberg, ministro checo dos Negócios Estrangeiros, cujo país preside à UE, acrescentando que será ainda preciso estudar diversos “assuntos políticos, legais e de segurança”. “A responsabilidade de fechar Guantánamo recai, antes de mais, nos Estados Unidos”, disse, acrescentando que a UE irá, porém, continuar a debater a questão, esperando atingir alguma “coordenação” com os Estados Unidos. O ministro sueco dos Negócios Estrangeiros, Carl Bildt, também constatou o óbvio, afirmando não poder haver uma decisão europeia comum acerca da aceitação de detidos porque isso é da responsabilidade de cada Estado. Alguns países, incluindo a Holanda e a Áustria, disseram não estar preparados para receber prisioneiros e o governo alemão está dividido em relação a esse assunto. O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, indicou que os países da UE poderão pelo menos tentar definir que prisioneiros é que poderão ser admitidos na Europa. Obama ordenou na semana passada o fecho de Guantánamo no prazo de um ano, visto como muitos como um símbolo dos abusos da Administração Bush na sua luta antiterrorista. Do ponto de vista de Washington, a melhor ajuda dos europeus passaria pelo acolhimento de alguns dos 240 prisioneiros que permanecem detidos, do total de 779 suspeitos de terrorismo ou de proximidade com os taliban e a Al-Qaeda que passaram por Guantánano desde a sua criação, em Janeiro de 2002. Em causa estão cerca de 60 detidos oficialmente ilibados de quaisquer suspeitas, mas que não podem regressar aos seus países de origem sob pena de enfrentarem represálias ou mesmo a pena de morte. Recorde-se que Portugal foi o primeiro país a responder favoravelmente aos contactos da Administração Bush, anunciando em Dezembro a sua disponibilidade para acolher alguns dos detidos "limpos" de suspeitas, logo seguido por Espanha, França, Reino Unido, Irlanda e Finlândia, em conjunto com a Suíça, que não é membro da UE. “Mesmo que nos digam que não são perigosos, depois de sete anos (em Guantánamo), eles [os prisioneiros] devem estar bastante furiosos”, indicou um diplomata sénior à Reuters, que frisou igualmente que a aceitação europeia de prisioneiros oriundos da base americana em Cuba poderá agitar a opinião pública, ainda que Barack Obama goze de uma enorme popularidade na Europa.