Máňo Cesarinv, O NAVIO DE ESPELHOS. De: A Cidade Oueimada. 1965 O navio de espelhos náo navega, cavatga. Seu mař é a floresta que ihe serve de nívei Ao crepúsculo espelha sol e lua nos flancos Por isso o tempo gosta de deitar-se com eie Os armadores náo amam a sua rota ciara (Vista do movimento dir-se-ia que pára) Quando chega á cidade nenhum caís o abnga O seu poráo traz nada nada ieva á partida Vozes e ar pesado E tudo o que transporta E no mastro espelhado Uma espécie de porta Seus dez mil capitaes Těm o mesmo rosto A mesma cinta escura O mesmo grau e posto Quando um se revolta Ha dez mil insurrectos (Como os olhos da mosca reflectem os objectos) E quando um deles ála E o corpo sobe os mastros E escruta o mar do rundo Toda a nave cavalga (como no espaco os astros) Do princípio do mundo Até ao rim do mundo