Al-Qaeda dá 24 horas para fim da operaçao militar no Oeste do Iraque [IMG] 07.11.2005 - 19h20 A organizaçao da Al-Qaeda no Iraque deu hoje 24 horas `as tropas norte-americanas e iraquianas para suspenderem a operaçao em curso no Oeste do Iraque, ameaçando "fazer tremer a terra" caso os militares mantenham a ofensiva. "A organizaçao da Al-Qaeda decidiu dar 24 horas ao Governo iraquiano e aos seus donos para que ponham fim `a campanha" le-se num comunicado divulgado esta tarde na Internet, assinado por Abu Maissara al-Iraqi, alegado porta-voz do jordano Abu Mussab al-Zarquawi, líder do braço iraquiano da Al-Qaeda. A organizaçao "ameaça fazer tremer a terra da Mesopotâmia [antigo nome do Iraque] e atacar os soldados do tirano e os seus agentes", le-se na nota, numa referencia aos militares americanos e iraquianos. O grupo ameaça ainda atacar "todas as regioes que apoiarem o Governo iraquiano e as suas ofensivas contra muçulmanos". Eles "nao verao outra coisa que nao a morte", garantem. O comunicado refere que este ultimato é uma resposta `as declaraçoes do ministro da Defesa iraquiano, Saadun al-Dulaimi, que, há dias, ameaçou "destruir, sob as suas cabeças" as casas dos responsáveis pela violencia que continua a grassar no país. Dias depois, os militares americanos e norte-americanos desencadearam uma nova ofensiva contra o Oeste do Iraque, na zona junto `a fronteira com a Síria. Segundo o comando militar americano, a operaçao, baptizada de "Cortina de Aço", centra-se no vale do Eufrates, que percorre a zona fronteiriça até Bagdad, considerado o principal eixo usado pelos grupos terroristas para infiltrar homens e armas na capital. As autoridades pretendem também estabelecer uma presença militar permanente nesta zona, que continua a escapar ao seu controlo. Em comunicado, o Exército americano anunciou hoje terem sido abatidos 36 alegados rebeldes desde o início da ofensiva, no sábado, garantindo que as operaçoes deixam a salvo as populaçoes civis da regiao. Mário Soares aposta numa "campanha afectiva" [IMG] 07.11.2005 - 17h50 Lusa O candidato a Presidente da República Mário Soares definiu-se hoje, em Coimbra, como "o anti-Salazar" que aposta numa "campanha afectiva" para regressar ao Palácio de Belém nas eleiçoes de Janeiro do próximo ano. "Nao vou fazer discursos com grande 'marketing' para ter cinco minutos nos telejornais", afirmou o candidato `a Presidencia da República, que escolheu simbolicamente Coimbra para iniciar a pré-campanha eleitoral. Mário Soares falava no final de um almoço com dirigentes e apoiantes da sua candidatura, na baixa da cidade. "Farei uma campanha de proximidade. Interessa-me tocar as pessoas pela afectividade, por ser capaz de as unir e por acreditar em Portugal", disse. Mário Soares foi bem recebido pelas pessoas com quem se cruzou `a entrada para o restaurante, a escassa dezena de metros da Rua da Sofia, onde foi insultado por populares nos anos 80, quando desempenhava funçoes de primeiro-ministro no Governo do Bloco Central (PS-PSD). O candidato explicou o arranque simbólico da sua campanha em Coimbra - a cidade "adoptiva" do adversário Manuel Alegre, e onde este tem agora uma estátua em sua honra, desde o último Verao - com o facto de Coimbra ser "a cidade do conhecimento". "'Coimbra, cidade do conhecimento' nao é apenas um 'slogan' que está na auto-estrada", frisou, perante uma centena e meia de apoiantes, depois de ter visitado a Critical Software. Considerada "um exito" na área das novas tecnologias e inovaçao, a Critical Software, que colabora com a NASA e emprega 150 pessoas, maioritariamente licenciados e alguns doutorados, foi também visitada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, há um mes. Tendo em conta que a empresa foi fundada nos anos 90, por investigadores da Universidade de Coimbra (UC), Mário Soares disse que esta é uma instituiçao de ensino superior "moderna e voltada para o futuro". Acompanhado pelo antigo reitor da UC e presidente da Comissao de Honra Distrital da sua candidatura, Rui Alarcao, aproveitou para recordar a cerimónia em que a Universidade de Coimbra lhe concedeu o grau de doutor "honoris causa", no final do seu segundo mandato de Presidente da República. Ao explicar por que aceitou a distinçao académica, disse que a Universidade de Coimbra "simbolizou o espírito do dr. Salazar" até ao 25 de Abril, assumindo-se, no entanto, nas últimas tres décadas como "a cidade do conhecimento" em Portugal. "E eu considero-me o anti-Salazar", acrescentou Mário Soares. No início do encontro, o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnaçao, do PSD, que almoçava numa outra sala do restaurante, foi cumprimentar o candidato presidencial apoiado pelo PS, a quem ofereceu um livro, editado pela autarquia, intitulado "Coimbra - A Invençao do Tempo". Usaram também da palavra Joaquim Gomes Canotilho, professor universitário e mandatário distrital da candidatura, e Fausto Correia, deputado do PS no Parlamento Europeu e director da campanha em Coimbra. Fausto Correia anunciou que o advogado António Arnaut (fundador do PS e ex-grao mestre da Maçonaria Portuguesa) é mandatário de Mário Soares no concelho de Coimbra.